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Aspetos Técnicos

Como Escolher as Fontes de Energia

Quando uma Comunidade de Energia pretende desenvolver um projeto energético, um passo fundamental é a avaliação dos recursos locais disponíveis e do potencial energético para identificar as soluções mais adequadas às caraterísticas específicas do local. Esta avaliação pode ser feita através da colaboração entre os membros da CER e consultores/especialistas nesta área (no caso de esta competência não existir na comunidade).

Podes começar com um tipo de tecnologia e acrescentar outros numa fase posterior.

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Considerações fundamentais para o desenvolvimento de projetos comunitários

  1. Compreender as necessidades e definir prioridades: A exploração de soluções começa e termina com os membros da comunidade.
  2. Alta tecnologia, baixa tecnologia ou uma combinação?: Por vezes, as soluções mais inteligentes e sustentáveis do ponto de vista ambiental e financeiro podem ser as mais simples. Ao implementar soluções de alta tecnologia sem garantir a capacidade da comunidade para manter o seu funcionamento eficiente, arriscamo-nos ao fracasso do projeto.
  3. O que acontece depois?: Certifica-te de que planeias todas as fases, incluindo o planeamento, a instalação e a manutenção.

Considerações técnicas na seleção de fontes de energia e tecnologias

  • Resultado final pretendido: O que é que precisas que o teu sistema produza? Calor, biocombustível, eletricidade? Qual a quantidade?
  • Disponibilidade de fontes de energia: O local escolhido terá um impacto na produção. Dependendo do contexto natural, mas também regulamentar, o melhor recurso pode ser a energia solar, eólica, biomassa, hidroelétrica, geotérmica ou uma mistura destas. Não te esqueças de perguntar: Este recurso está disponível onde e quando eu precisar dele?
    Por exemplo, ao conceber um sistema de energia solar, é necessário conhecer e avaliar fatores como a radiação solar (qualidade e quantidade), a topografia local, a orientação e os obstáculos ao sombreamento do local de implementação. Apesar de ser um recurso infinito e renovável, tem propriedades variáveis. A sua disponibilidade é diferente em locais diferentes e em alturas diferentes. Estas são circunstâncias que nós, humanos, não podemos controlar. Estes fatores que afetam a disponibilidade, a qualidade e a quantidade de energia solar afetam a forma como introduzimos energia e concebemos sistemas, aplicações e dispositivos.
  • Licenças e obrigações legais: As licenças podem constituir um obstáculo significativo para o teu projeto. Certifica-te de que consultas as autoridades locais sobre quaisquer restrições e processos que tenhas de ter em conta e toma medidas com antecedência.
  • Fornecimento e distribuição: Como é que a energia produzida chega aos beneficiários?
  • Segurança e facilidade de utilização
  • Custo (incluindo manutenção)
  • Impacto social e ambiental
  • Eficiência

DICA: Não hesites em pedir conselhos. Por vezes, mesmo que as pessoas a quem te diriges não saibam a resposta, podem ajudar-te a resolver as coisas em conjunto. Verifica se existem grupos comunitários de energia nas proximidades com quem possas falar para obter aconselhamento e consulta o Sistema de Apoio deste Guia.

EXEMPLOS:

  • Coopernico (Portugal): Uma das formas de funcionamento da cooperativa é alugar os telhados de instituições de cariz social para os seus projetos fotovoltaicos, proporcionando a essas instituições um rendimento extra. No final do aluguer, a cooperativa oferece gratuitamente os aparelhos solares às instituições que os alugam. A energia produzida nestes telhados é introduzida na rede e comprada pelo distribuidor a um preço fixo. A Coopérnico está também ativa no setor da comercialização,, o que significa que pode vender diretamente eletricidade aos seus membros a um preço justo, garantindo que a quantidade de eletricidade produzida pelos projetos da Coopérnico é superior à consumida pelos seus membros. Isto é parte do que lhes permitiu tornarem-se muito bem sucedidos.
  • Som Energia (Espanha) construiu as suas instalações solares e trabalhou em novos projetos de produção renovável com os seus grupos locais. O objetivo era produzir eletricidade suficiente para satisfazer 100% do consumo dos membros. Os consumidores abastecidos pela Som Energia não são apenas clientes, mas co-proprietários da cooperativa, que participam na tomada de decisões. Podem também investir diretamente no desenvolvimento de energias renováveis. A Som Energia combina o modelo cooperativo, o empenho das pessoas e a produção de energia renovável de uma forma inspiradora, oferecendo a todos os espanhóis a possibilidade de participarem na transição e investirem diretamente em projetos renováveis para desenvolver uma economia sustentável, uma exigência popular crescente.