Envolvimento da comunidade na transição energética
A energia e a Crise Climática
A Crise Climática
A humanidade tem passado por muitas crises nas últimas décadas, sendo a crise climática uma das mais preocupantes. As alterações climáticas devidas a processos naturais específicos, juntamente com as atividades humanas extensivas, especialmente após a era da industrialização, levaram a perturbações dos ciclos naturais da Terra, resultando em fenómenos extremos de maior intensidade e frequência, por exemplo, a vaga de calor europeia de 2003, que ceifou muitas vidas na Europa Ocidental e do Sul, com temperaturas que atingiram 47 graus Celsius no sul de Portugal. O sul da Europa, em particular os Balcãs e a Grécia, também foram atingidos por uma vaga de calor em julho de 2007. A cada novo ano, a Organização Meteorológica Mundial prevê um novo recorde para o verão mais quente da Europa. A crise climática foi intensificada pelo aumento das emissões de gases com efeito de estufa provenientes de atividades humanas como a queima de carvão, gás e petróleo para a produção de eletricidade e transportes, bem como a desflorestação e a agricultura e pecuária intensivas.
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Pobreza Energética
Embora seja absolutamente vital reduzir o nosso consumo global de energia, atualmente, 95% da nossa utilização e emissões globais de energia provêm de apenas 5% da população mundial. De fato, uma percentagem muito grande de pessoas não têm acesso a um abastecimento energético justo e fiável. De acordo com o Observatório da Pobreza Energética da UE, mais de 54 milhões de agregados familiares na Europa (ou seja, 11% da população total da UE) estão a sofrer com a pobreza energética e suas consequências. O custo do acesso à energia proveniente de sistemas energéticos centralizados desempenha um papel importante nesta injustiça.
Porquê energia?
As emissões provenientes do setor da energia representam quase 75% das emissões globais. Por conseguinte, é necessária uma enorme transformação do sistema energético se quisermos manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5 ℃. Atualmente, a maioria dos países do mundo está dependente de sistemas energéticos centralizados. A maior parte deles pertence e é gerida pelos governos centrais ou por grandes interesses económicos, depende da queima de carvão e da extração de gás e petróleo para gerar eletricidade para a rede, e é responsável pelo aumento dos preços da energia. Uma alternativa a este sistema energético mais sustentável para o nosso planeta e para as populações das comunidades são os Sistemas Descentralizados de Energias Renováveis (DER) que permitem a deslocalização da produção de energia para mais perto dos pontos de consumo, possibilitando uma produção e distribuição mais eficientes.